Boa tarde pessoal!
Estou postando já minha análise da teoria piagetiana.
Boa Páscoa a todos!
Daniela
Análise crítica da teoria piagetiana e a
abordagem construtivista-interacionista
Autoria: Daniela Bento Soares – RA 081065
A teoria de Piaget
destaca-se por trazer à tona a ideia de que o indivíduo, apesar de ser
determinado biologicamente, pode transformar-se ou construir conhecimento
através da interação com o meio. Tal interação pode ser considerada através da
perspectiva do movimento, isto é, por meio de habilidades motoras como o andar,
o correr, o manusear (o lápis, favorecendo a escrita, ou a bola, adquirindo
noções espaço-temporais, por exemplo), o tocar de suas diferentes formas e
mesmo o sentir no sentido da exploração das sensações físicas, e não
sentimentais, torna-se plausível afirmar que o desenvolvimento pode estar
amplamente relacionado a questão da movimentação. Não quero dizer que a criança
com capacidade de movimentação limitada não poderá desenvolver-se e por isso
destaco o sentir, as relações sociais e o trabalho de reabilitação, que
favorecerá o contato com o meio; muito menos afirmar que apenas a Educação
Física trata do movimento, o que seria inaceitável. O movimento é parte
integrante do ser humano e pode ser utilizado como facilitador de todas as
disciplinas escolares. Especificamente
na área da Educação Física, a abordagem construtivista-interacionista, de João
Batista Freire, relaciona-se bastante com a teoria piagetiana ao tratar da
interação com o meio.
Piaget é o pai da
epistemologia genética, isto é, cria um novo paradigma unido biologia e
filosofia, tratando da psicologia infantil através das influências hereditárias
de cada indivíduo. O autor dedicou-se a estudar a origem da inteligência e isto
se deu por influência de sua formação acadêmica e mais ainda por seu interesse
próprio pelo assunto, já que modificou sua base teórica por conta deste
interesse, o qual outros estudiosos da psicologia da educação da época ainda
não o estudavam. Suas conclusões sobre
esta questão afirmaram que o sujeito deve agir sobre o meio, ou física – e aí
se encaixa o movimento - ou cognitivamente – também trata daquelas crianças com
certas limitações -, para que o conhecimento seja construído. Isto foi uma
grande mudança para os métodos de ensino, onde o professor era o detentor do
conhecimento e a criança era um ser passivo no processo de ensino-aprendizagem
(a origem da palavra aluno é um exemplo desta teoria, já que quer dizer sem luz, ou seja, sem sabedoria;
atualmente esta palavra não leva este significado). Em comparação a isso,
Darido (2003) apud Castro, Junior, Souza (2008) afirma que “o
aluno constrói o seu conhecimento a partir da interação com o meio, resolvendo
problemas” através da abordagem construtivista-interacionista da Educação
Física.
A maior contribuição de
Piaget é para mim, no entanto, a criação do método clínico, pois este foi a
padronização de um protocolo longitudinal através da interpretação do
aplicador, que pôde proporcionar estudos qualitativos com base na observação.
Especificamente na área que pesquiso, as avaliações motoras, este método foi de
importante contribuição para a padronização de muitas das baterias de testes e
protocolos, pois estes apesar de contarem com uma tabela de referências para
medição das habilidades, com classificações para adequação ou não, permitem a
observação de outras interferências e com a análise destas, permitem a
intervenção de programas que possam facilitar o desenvolvimento.
Piaget divide o
desenvolvimento em estágios, divididos pela faixa etária e por características
próprias de cada um destes. O autor acredita que não é possível pular etapas,
apenas acelerar a passagem pelos estágios, e que isso ocorre porque o
desenvolvimento biológico é imprescindível para que haja aprendizado e isto
caracteriza o creódos. Para Piaget, a aprendizagem depende, ao menos no momento
inicial, do agir sobre o meio e apenas ocorrerá se houver necessidade de criar
espaços lacunares, ou seja, vontade de aprender. Aí está a importância dada por
Piaget à motivação. A psicomotricidade lida com o jogo como o principal método
pois este é estimulante e levará ao desenvolvimento da moralidade através do
contato e da interação entre as crianças. Piaget acredita que a moral da
criança vai sendo desenhada desde o nascimento, pois não existe o apriorismo. A
baliza da moralidade é a afetividade, que também modula a cognição.
Para o estudioso, as
diferenças fundamentais que ocorrem entre pensamento e linguagem e
desenvolvimento e aprendizagem estão justificadas na ênfase no sujeito nos
processos, representando a linguagem quase como algo pronto, uma representação
do pensamento e consequência da inteligência. O conhecimento apenas se dá com a
implicação de esquemas de assimilação e acomodação, em um processo constante de
desequilíbrio e equilíbrio.
A implicação pedagógica
que considero mais importante da teoria piagetiana é a postura do professor
como facilitador da descoberta individual de cada criança e não como fonte de
conhecimento apenas, considerando também a afetividade, a motivação e o desenvolvimento
da moralidade.
Faltou a referência:
ResponderExcluirCASTRO, J.N; JUNIOR, S. H. A. S; SOUZA, N. M. P. A influência das ideias pedagógicas nas abordagens da Educação Física. Revista Digital EFDeportes, ano 13, n. 123, Buenos Aires, agosto/2008.
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