quinta-feira, 5 de abril de 2012

Postagem 1

Boa tarde pessoal!
Estou postando já minha análise da teoria piagetiana.

Boa Páscoa a todos!

Daniela


Análise crítica da teoria piagetiana e a abordagem construtivista-interacionista

Autoria: Daniela Bento Soares – RA 081065


A teoria de Piaget destaca-se por trazer à tona a ideia de que o indivíduo, apesar de ser determinado biologicamente, pode transformar-se ou construir conhecimento através da interação com o meio. Tal interação pode ser considerada através da perspectiva do movimento, isto é, por meio de habilidades motoras como o andar, o correr, o manusear (o lápis, favorecendo a escrita, ou a bola, adquirindo noções espaço-temporais, por exemplo), o tocar de suas diferentes formas e mesmo o sentir no sentido da exploração das sensações físicas, e não sentimentais, torna-se plausível afirmar que o desenvolvimento pode estar amplamente relacionado a questão da movimentação. Não quero dizer que a criança com capacidade de movimentação limitada não poderá desenvolver-se e por isso destaco o sentir, as relações sociais e o trabalho de reabilitação, que favorecerá o contato com o meio; muito menos afirmar que apenas a Educação Física trata do movimento, o que seria inaceitável. O movimento é parte integrante do ser humano e pode ser utilizado como facilitador de todas as disciplinas escolares.  Especificamente na área da Educação Física, a abordagem construtivista-interacionista, de João Batista Freire, relaciona-se bastante com a teoria piagetiana ao tratar da interação com o meio.

Piaget é o pai da epistemologia genética, isto é, cria um novo paradigma unido biologia e filosofia, tratando da psicologia infantil através das influências hereditárias de cada indivíduo. O autor dedicou-se a estudar a origem da inteligência e isto se deu por influência de sua formação acadêmica e mais ainda por seu interesse próprio pelo assunto, já que modificou sua base teórica por conta deste interesse, o qual outros estudiosos da psicologia da educação da época ainda não o estudavam.  Suas conclusões sobre esta questão afirmaram que o sujeito deve agir sobre o meio, ou física – e aí se encaixa o movimento - ou cognitivamente – também trata daquelas crianças com certas limitações -, para que o conhecimento seja construído. Isto foi uma grande mudança para os métodos de ensino, onde o professor era o detentor do conhecimento e a criança era um ser passivo no processo de ensino-aprendizagem (a origem da palavra aluno é um exemplo desta teoria, já que quer dizer sem luz, ou seja, sem sabedoria; atualmente esta palavra não leva este significado). Em comparação a isso, Darido (2003) apud Castro, Junior, Souza (2008) afirma que “o aluno constrói o seu conhecimento a partir da interação com o meio, resolvendo problemas” através da abordagem construtivista-interacionista da Educação Física.

A maior contribuição de Piaget é para mim, no entanto, a criação do método clínico, pois este foi a padronização de um protocolo longitudinal através da interpretação do aplicador, que pôde proporcionar estudos qualitativos com base na observação. Especificamente na área que pesquiso, as avaliações motoras, este método foi de importante contribuição para a padronização de muitas das baterias de testes e protocolos, pois estes apesar de contarem com uma tabela de referências para medição das habilidades, com classificações para adequação ou não, permitem a observação de outras interferências e com a análise destas, permitem a intervenção de programas que possam facilitar o desenvolvimento.

Piaget divide o desenvolvimento em estágios, divididos pela faixa etária e por características próprias de cada um destes. O autor acredita que não é possível pular etapas, apenas acelerar a passagem pelos estágios, e que isso ocorre porque o desenvolvimento biológico é imprescindível para que haja aprendizado e isto caracteriza o creódos. Para Piaget, a aprendizagem depende, ao menos no momento inicial, do agir sobre o meio e apenas ocorrerá se houver necessidade de criar espaços lacunares, ou seja, vontade de aprender. Aí está a importância dada por Piaget à motivação. A psicomotricidade lida com o jogo como o principal método pois este é estimulante e levará ao desenvolvimento da moralidade através do contato e da interação entre as crianças. Piaget acredita que a moral da criança vai sendo desenhada desde o nascimento, pois não existe o apriorismo. A baliza da moralidade é a afetividade, que também modula a cognição.

Para o estudioso, as diferenças fundamentais que ocorrem entre pensamento e linguagem e desenvolvimento e aprendizagem estão justificadas na ênfase no sujeito nos processos, representando a linguagem quase como algo pronto, uma representação do pensamento e consequência da inteligência. O conhecimento apenas se dá com a implicação de esquemas de assimilação e acomodação, em um processo constante de desequilíbrio e equilíbrio.  

A implicação pedagógica que considero mais importante da teoria piagetiana é a postura do professor como facilitador da descoberta individual de cada criança e não como fonte de conhecimento apenas, considerando também a afetividade, a motivação e o desenvolvimento da moralidade.

Um comentário:

  1. Faltou a referência:

    CASTRO, J.N; JUNIOR, S. H. A. S; SOUZA, N. M. P. A influência das ideias pedagógicas nas abordagens da Educação Física. Revista Digital EFDeportes, ano 13, n. 123, Buenos Aires, agosto/2008.

    Demais textos indicados para a disciplina.

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