segunda-feira, 16 de abril de 2012

Analise Critica da Teoria de Piaget


Vinícius Doná Fernandes Pessoa RA: 084198

Para começarmos a entender a teoria Piagetiana é preciso, em um primeiro momento, considerar o interesse e a contextualização histórica na qual Piaget emergiu e o que motivou o estudo do conhecimento.  Para isso, Matus nos remete à influencia da física relativista e mecânica-quantica da qual Piaget estava exposto atrelado ao seu interesse pela ciência. Esses fatores foram determinantes para o tratamento de sua teoria onde propôs a união reflexiva dessas disciplinas exatas com o campo da psicologia trazendo assim o conceito de epistemologia genética. Penso que a partir do momento que Piaget tentou unir tais conceitos (psicológicos e derivados das ciências exatas), ele passou a criar uma nova visão a cerca do pensamento, visto que se apoiou em uma para explicar a outra.
Tal informação ainda pode ser vista na maneira como o estudo foi conduzido, a partir  do método clinico no qual, segundo Matus, ocorreu a partir da observação direta, entrevista aberta e experimentação com crianças, fazendo não só com que estas respondessem suas indagações, como também justificassem sua respostas para que o dialogo e o cruzamento de informações entre o observado e o real pudesse ser feito. Isso acaba nos remetendo ao conceito teórico presente na obra de Piaget a cerca da lógica-matemática de pensamento e a construção do conhecimento a partir de sua organização, estruturação e explicação que podem ser observadas a partir do método clinico. É importante salientar também que a ação e interação da criança com o meio está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento do conhecimento.
Piaget centra basicamente o desenvolvimento do conhecimento e da inteligência no próprio sujeito, no qual o meio em que está inserido não influencia em praticamente nada em relação ao que pode tornar a ser. Aqui cabe a reflexão sobre até que ponto tal pensamento pode ocorrer realmente. Partindo do pressuposto que todo sujeito é cultural e social, este invariavelmente passa a sofrer influencias do meio no qual está inserido, não necessariamente precisando interagir com ele para que o processo de adaptação (assimilação + acomodação) possa ocorrer. Em contra partida, Piaget admite que o objeto de conhecimento é o meio e que é necessário que o sujeito seja capaz de assimilar (obter significação de estruturas) para que consiga criar estruturas que posteriormente possam ser incorporadas (acomodação) e reestruturadas novamente caso algo novo passa a ser aprendido. Isto pode também ser visto na construção de esquemas motores que será importante para o desenvolvimento da coordenação geral da criança trazendo outros benefícios.
            Outro ponto que considero essencial na teoria de Piaget é a divisão do desenvolvimento da inteligência das crianças em estágios. Estes pressupõe que a inteligência não da saltos, mas sim ocorre um aumento na qualidade e apresenta uma sequencia, que pode ser acelerada ou retardada, mas que sempre se mantém. Para a educação, ao conhecermos tais estágios podemos nos basear para a preparação do conhecimento mesmo em nossa área que não apresenta o “certo ou errado” mas sim algo que esperado para a idade ou até mesmo faixas de desenvolvimento ideais para determinadas capacidades.
            O primeiro estágio ao qual Piaget faz referencia é o sensório-motor que está na faixa de 0 a 2 anos. Nele Piaget nos mostra que a inteligência é algo que surge antes mesmo da linguagem pois a criança, de uma maneira própria, constrói seu universo. Aqui também é importante ressaltar que tal desenvolvimento ocorre basicamente através de suas ações e interações com os objetos que para Piaget tem um caráter permanente (só existe enquanto possam ver). O estágio pré-operatório se apresenta em seguida e mostra como características a imitação como forma de aprendizado, o aparecimento da linguagem que permite a socialização da inteligência e o surgimento da moralidade. Para Piaget a moralidade esta ligada a aquisição de valores, regras e virtude pelas crianças que ocorre nessa fase fazendo que passe de um estágio chamado de anomia para a heteronomia (obediência). Por fim o estágio Operatório onde a principal característica é a capacidade de tornar reversível determinada situação, fato que ocorre em pensamento de forma abstrata. Ainda nesse estágio, Piaget a subdivide em operatório concreto onde a criança (7 ou 8 anos) passa a criar uma “memória” de objetos e situações de que já viveu e utiliza-0 para explicar algo. Já no período chamado de operatório formal a ênfase está na aquisição da capacidade se trabalhar com hipóteses.

Referencias Bibliográficas:
MATOS, H.A.V. Sobre a teoria piagetiana. Mímeo. 1998.
MOREIRA, M.A. A teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget. In: Ensino e aprendizagem: enfoques teóricos. SP: Editora Moraes, 1995. (p. 49-59).
PIAGET, J.; INHELDER, B. A psicologia da criança. 5ª. Ed. RJ: Difel, 2011.

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