Caroline Cristina Gomes RA:119231
A importância
do meio social para o desenvolvimento e aprendizagem
Lev Semyonovich Vygodsky, o judaico Vygotsky, nasceu
em Osha no dia 5 de novembro de 1896. A princípio cursou direito, depois
história e filosofia, se interessou pela literatura e linguística, e através
desses interesses que os campos da psicologia, pedagogia e educação começaram a
ser alvos dos estudos e pesquisas de Vygotsky. (NEWMAN, F; HOLZMAN, L, 2002).
Nesses campos de estudo, segundo
Oliveira, para Vygotsky alguns temas centrais eram “desenvolvimento humano, o aprendizado e as entre desenvolvimento e
aprendizado”, os quais são analisados a partir da cultura do homem. Nesses
aspectos, ele procurava entender como o homem se diferencia dos outros animais
e como ele consegue sair do Estado Biológico para a Função Psicológica Social,
a qual designa que o homem tem memória humana e pode atravessar a cultura.
Oliveira
menciona que Vygotsky observou alguns primatas superiores, os chimpanzés, os
quais mostraram que possuíam um “funcionamento
intelectual e formas de utilização de linguagem” que eram preliminares “do pensamento e da linguagem no ser humano”,
como por exemplo, utilizavam um objeto para colher uma fruta ou tentavam se
comunicar através de gestos. Diante disso, é possível considerar como
inteligência pratica, a qual é considerada uma fase pré-verbal do
desenvolvimento do pensamento, mas na psicologia não há como explicar o modo
que a natureza para cultura faz do homem constituir a Função Psicológica
Social.
Por conseguinte, foi necessário estudar essa busca
pela subjetividade e a dialética, na qual vemos a diferença dos focos que há
entre Piaget e Vygotsky, que são desenvolvimento, pensamento e linguagem. Para
Piaget o sujeito deveria agir, a aprendizagem seria a consequência do desenvolvimento,
mas para Vygotsky o desenvolvimento é consequência da aprendizagem.
No dizer de Oliveira, Piaget considera a linha do
desenvolvimento dessa maneira: “ quanto a
sequencia de Piaget-que parte do pensamento autístico não-verbal á fala
socializada e ao pensamento lógico, através do pensamento e da fala
egocêntricos.”, já Vygotsky pensa ao contrario, “o verdadeiro curso do desenvolvimento do pensamento não vai do
individual para o socializado, mas do social para o individual” pois supõe
que a criança, desde quando começa a “balbuciar”
ela se comunica com a intenção de se “expressar” para o social, por isso
não é plausível considerar a linha de desenvolvimento de Piaget, salvo que
ambos não desconsideram o biológico no desenvolvimento.
Vygotsky considera o meio social, como algo essencial
para o desenvolvimento e também na aprendizagem, como Oliveira cita, que esse
meio é considerado um mediador diante a qualidade do aprendizado da criança,
que esta ligado completamente com um conceito de Vygotsky, a “zona de desenvolvimento proximal”, a
qual se identifica entre o “nível de
desenvolvimento real” e o “nível de desenvolvimento potencial”, que
respectivamente representam, o que a criança sabe fazer sozinha e a capacidade
da mesma operar outras tarefas sozinha. Por exemplo, no caso do cruzamento do
pensamento e da linguagem, a criança consegue conceituar palavras, de modo que
foi necessário imitar para poder aprender de fato, O mediador no caso, seria um
professor,os adultos, brinquedos, entre outros.Quando a criança atinge esse conceituação “é um
momento crucial no desenvolvimento da espécie humana, momento em que o
biológico transforma-se no sócio-histórico” (OLIVEIRA, 1997)
Outro pensador que estudou o desenvolvimento foi Henri
Wallon, nascido em 15 de junho de 1879, em Paris- França, segundo Dantas. De
acordo com Almeida, a teoria walloniana não é pedagógica, porém como ela
cerceia em um âmbito psicogenético, é necessário o estudo com as crianças, pois
é nessa fase em que o “ápice” dos processos psíquicos ocorre ao decorrer do
desenvolvimento. Wallon analisa os “domínios afetivos”, emocionais, juntamente
com o motor e o cognitivo, verificando a
relação que há entre eles no desenvolvimento.
Como mencionado pro Dantas, Wallon considera que o
homem é determinado fisiologicamente e psicologicamente, como Piaget e Vygotsky
pensam, porém a questão social é realçada, de forma que Wallon afirma que o
homem é “geneticamente social”, considera o auge do indivíduo, a consciência de
si. A partir desse conceito Wallon define cinco estágios de desenvolvimento,
mas que nem sempre são linerares, esses podem ser encontrados em sua tese de
doutorado: “L’enfant
turbulent: etude sur retards et les anomalies du dévelopment moteur et mental” .
O 1º “Impulsivo-emocional” (até 1 ano) A emoção e a afetividade predominam e há
diferenciação social; 2º “Sensório-motor e progressivo” (2 a 3 anos) Predomínio
da cognição e do intelecto, a criança começa a andar, falar, tem mais
autonomia; 3º “Personalismo”(3 aos 6 anos) Consciência de si, volta a emoção, a criança se impõe, 4º “Estágio
Categorial” (6 anos até início da adolescência) Predomínio da inteligência e
afetividade estabilizada e por fim o 5º “Adolescência” é marcada biologicamente
e culturalmente, a afetividade é essencial e questões morais são ascendidas. Os
quais podem ser aplicados nos aspectos pedagógicos, fazendo com seja “Responsabilidade do adulto e principalmente
do educador, adequar o meio escolar as possibilidades e necessidades infantis
do momento. Assim, sua atuação torna-se psicológica, pois a orientação do
ensino torna-se psicológica quando pretende adaptar-se ao espírito e á natureza
da criança” (Wallon, 1975ª, 356).
Diante dessa exposição da teoria
Vygotskiana e da Walloniana, podemos concluir que ambos enfatizaram no aspecto
“socio-cultural” no desenvolvimento do homem, e como criança pode-se considerar
todos esses aspectos e conceitos importantíssimos para que no âmbito
pedagógico, fosse possível compreender e
solucionar muitas implicações educacionais e aspecto do desenvolvimento, do
pensamento e da linguagem.
Referâncias Bibliograficas
Vygotsky, L. S. Pensamento e Linguagem. Tradução:
Jefferson Luiz Camargo: revisão técnica José Cipolla Neto. – 2ª ed. – São
Paulo: Martins Fontes, 1998 – (Psicologia e Pedagogia). Cap. 4 As raízes
genéticas do pensamento e da linguagem.
- Oliveira, M. K. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico – São Paulo: Scipione, 1997 – (Pensamento e ação no magistério)
- Oliveira, M. K. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico – São Paulo: Scipione, 1997 – (Pensamento e ação no magistério)
- Almeida, L.R. – Wallon e a Educação. In: Henri Wallon
– Psicologia e Educação
- Dantas, P. S. – Para conhecer Wallon: uma psicologia
dialética. Ed. Brasiliense, São Paulo, 1983
Nenhum comentário:
Postar um comentário