segunda-feira, 4 de junho de 2012

Teorias


     Caroline Cristina Gomes                                                                  RA:119231
A importância do meio social para o desenvolvimento e aprendizagem

Lev Semyonovich Vygodsky, o judaico Vygotsky, nasceu em Osha no dia 5 de novembro de 1896. A princípio cursou direito, depois história e filosofia, se interessou pela literatura e linguística, e através desses interesses que os campos da psicologia, pedagogia e educação começaram a ser alvos dos estudos e pesquisas de Vygotsky. (NEWMAN, F; HOLZMAN, L, 2002).
            Nesses campos de estudo, segundo Oliveira, para Vygotsky alguns temas centrais eram “desenvolvimento humano, o aprendizado e as entre desenvolvimento e aprendizado”, os quais são analisados a partir da cultura do homem. Nesses aspectos, ele procurava entender como o homem se diferencia dos outros animais e como ele consegue sair do Estado Biológico para a Função Psicológica Social, a qual designa que o homem tem memória humana e pode atravessar a cultura.
 Oliveira menciona que Vygotsky observou alguns primatas superiores, os chimpanzés, os quais mostraram que possuíam um “funcionamento intelectual e formas de utilização de linguagem” que eram preliminares “do pensamento e da linguagem no ser humano”, como por exemplo, utilizavam um objeto para colher uma fruta ou tentavam se comunicar através de gestos. Diante disso, é possível considerar como inteligência pratica, a qual é considerada uma fase pré-verbal do desenvolvimento do pensamento, mas na psicologia não há como explicar o modo que a natureza para cultura faz do homem constituir a Função Psicológica Social.
Por conseguinte, foi necessário estudar essa busca pela subjetividade e a dialética, na qual vemos a diferença dos focos que há entre Piaget e Vygotsky, que são desenvolvimento, pensamento e linguagem. Para Piaget o sujeito deveria agir, a aprendizagem seria a consequência do desenvolvimento, mas para Vygotsky o desenvolvimento é consequência da aprendizagem.
No dizer de Oliveira, Piaget considera a linha do desenvolvimento dessa maneira: “ quanto a sequencia de Piaget-que parte do pensamento autístico não-verbal á fala socializada e ao pensamento lógico, através do pensamento e da fala egocêntricos.”, já Vygotsky pensa ao contrario, “o verdadeiro curso do desenvolvimento do pensamento não vai do individual para o socializado, mas do social para o individual” pois supõe que  a criança, desde quando começa  a “balbuciar”  ela se comunica com a intenção de se “expressar” para o social, por isso não é plausível considerar a linha de desenvolvimento de Piaget, salvo que ambos não desconsideram o biológico no desenvolvimento.
Vygotsky considera o meio social, como algo essencial para o desenvolvimento e também na aprendizagem, como Oliveira cita, que esse meio é considerado um mediador diante a qualidade do aprendizado da criança, que esta ligado completamente com um conceito de Vygotsky, a “zona de desenvolvimento proximal”, a qual se identifica entre o “nível de desenvolvimento real” e o “nível  de desenvolvimento potencial”, que respectivamente representam, o que a criança sabe fazer sozinha e a capacidade da mesma operar outras tarefas sozinha. Por exemplo, no caso do cruzamento do pensamento e da linguagem, a criança consegue conceituar palavras, de modo que foi necessário imitar para poder aprender de fato, O mediador no caso, seria um professor,os adultos, brinquedos, entre outros.Quando a criança atinge esse conceituação “é um momento crucial no desenvolvimento da espécie humana, momento em que o biológico transforma-se no sócio-histórico” (OLIVEIRA, 1997)
Outro pensador que estudou o desenvolvimento foi Henri Wallon, nascido em 15 de junho de 1879, em Paris- França, segundo Dantas. De acordo com Almeida, a teoria walloniana não é pedagógica, porém como ela cerceia em um âmbito psicogenético, é necessário o estudo com as crianças, pois é nessa fase em que o “ápice” dos processos psíquicos ocorre ao decorrer do desenvolvimento. Wallon analisa os “domínios afetivos”, emocionais, juntamente com o motor e o cognitivo, verificando  a relação que há entre eles no desenvolvimento.
Como mencionado pro Dantas, Wallon considera que o homem é determinado fisiologicamente e psicologicamente, como Piaget e Vygotsky pensam, porém a questão social é realçada, de forma que Wallon afirma que o homem é “geneticamente social”, considera o auge do indivíduo, a consciência de si. A partir desse conceito Wallon define cinco estágios de desenvolvimento, mas que nem sempre são linerares, esses podem ser encontrados em sua tese de doutorado: “L’enfant turbulent: etude sur retards et les anomalies du dévelopment moteur et mental” . O 1º “Impulsivo-emocional” (até 1 ano) A emoção e a afetividade predominam e há diferenciação social; 2º “Sensório-motor e progressivo” (2 a 3 anos) Predomínio da cognição e do intelecto, a criança começa a andar, falar, tem mais autonomia; 3º “Personalismo”(3 aos 6 anos) Consciência de si, volta  a emoção, a criança se impõe, 4º “Estágio Categorial” (6 anos até início da adolescência) Predomínio da inteligência e afetividade estabilizada e por fim o 5º “Adolescência” é marcada biologicamente e culturalmente, a afetividade é essencial e questões morais são ascendidas. Os quais podem ser aplicados nos aspectos pedagógicos, fazendo com seja “Responsabilidade do adulto e principalmente do educador, adequar o meio escolar as possibilidades e necessidades infantis do momento. Assim, sua atuação torna-se psicológica, pois a orientação do ensino torna-se psicológica quando pretende adaptar-se ao espírito e á natureza da criança” (Wallon, 1975ª, 356).
Diante dessa exposição da teoria Vygotskiana e da Walloniana, podemos concluir que ambos enfatizaram no aspecto “socio-cultural” no desenvolvimento do homem, e como criança pode-se considerar todos esses aspectos e conceitos importantíssimos para que no âmbito pedagógico, fosse possível compreender  e solucionar muitas implicações educacionais e aspecto do desenvolvimento, do pensamento e da linguagem.

Referâncias Bibliograficas
 Vygotsky, L. S. Pensamento e Linguagem. Tradução: Jefferson Luiz Camargo: revisão técnica José Cipolla Neto. – 2ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 1998 – (Psicologia e Pedagogia). Cap. 4 As raízes genéticas do pensamento e da linguagem.

- Oliveira, M. K. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico – São Paulo: Scipione, 1997 – (Pensamento e ação no magistério)
- Almeida, L.R. – Wallon e a Educação. In: Henri Wallon – Psicologia e Educação
- Dantas, P. S. – Para conhecer Wallon: uma psicologia dialética. Ed. Brasiliense, São Paulo, 1983    



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